Palavra e Vida




Não desprimores, nem firas
o coração que te escuta, às vezes, em febre e luta,
na provação em que jaz; pelo recurso da voz
que instrui, conforta e elucida, Deus te deu, na luz da vida,
o dom de fazer a paz. Se contratempos te afligem
entre as lembranças que deixas, evita sombras e queixas,
não menosprezes ninguém; a ofensa que nos procura,
mesmo de modo impreciso, dissolve-se, de improviso,
na fonte viva do bem. Se a caridade te guia
vencendo espinhos e males, não te revoltes, nem fales,
agravando a treva e a dor; toda palavra de auxílio,
no bem espontâneo e puro, é tijolo do futuro
erguendo o Reino do Amor. Quando falas e onde falas,
traças caminhos e normas, pelas imagens que formas
nas palavras tais quais são; como dizes no que diga,
constróis jardins e moradas, emendas pontes e escadas
de queda ou de elevação. À frente de quem te humilha,
não devolvas pedra e lama, cala, serve, ampara e ama
na expressão que se traduz; eis que o céu se manifesta
na bondade que irradia... contempla o sol cada dia:
é bênção falando em luz.




Maria Dolores

Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Alvorada Cristã – Nov./Dez. 2000

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